domingo, 28 de junho de 2009

Naquele dia, lembra?

- Por Grazi Pinheiro

Como pude imaginar que um dia iria mudar tanta coisa e tão rápido? Jurava que não era para ser, mas aconteceu. Aconteceu num lugar pensado, não por mim, mas por ele. E eu tratava como um momento natural e que logo depois esse pensamento foi mudado.
Aconteceu num lugar bem alto, onde podíamos ver tudo de cima; a neblina que cobria a maior parte do céu; o horizonte de uma tarde fria que fazia sentir um calafrio, mas até hoje nunca consegui saber se era por causa do clima ou por causa do momento de cada palavra que saía de sua boca e iam fazendo com que eu trepidasse, pois suas palavras eram firmes e seus olhos fixos nos meus em que estavam tão tímidos diante de uma coisa nova como aquela.
Lembro que depois de tantas frases bonitas, sentimento lançado e coração aberto, ele esperava uma resposta minha. Sabe o que eu fiz? É meio estranho, mas fiquei admirando-o, fiquei olhando pra ele. Seu rostinho lindo de menino romântico, sua bermuda xadrez acompanhando seu all star. Ele era tão perfeito! Mas eu temia que aquele momento seria uma grande ilusão depois.
Minha insegurança prevalecia em cada minuto e nesse minuto meu coração teimava em bater mais forte. "É sonho! É o que tá acontecendo." Eu não acreditava. Tudo o que eu gostava estava ali, tudo o que eu gostava de ouvir eu estava ouvindo. E assim fui levando os pensamentos, até a hora de abrir a boca e falar: "eu tenho medo... ". Ele com pasciência retornava a falar que era para ser sério e logo disse que me amava. Me amava. Me amava. Aquilo me remexeu, fez bagunça onde já não era tão arrumadinho dentro de mim.
E depois de um certo tempo, saímos de onde estávamos.
Posso dizer que eram duas crianças sem jeito uma com a outra. Era um tanto que engraçado. E chegamos ao ponto de írmos embora, quando ele parou na minha frente com ar de sofrer ou sei lá.. e eu com a dor de dar um passo diferente na minha vida, de passar por outras decepções. Mas existia uma parte de mim que queria se arriscar e a outra estava quase sedendo também. E foi daí que não deixei a mente pensar tanto e para isso fechei os olhos e percebi que os meus lábios já estavam nos seus. Por incrível e fantasiável que pareça, a chuva desceu naquele instante. A água fria da chuva e os corpos quentes, faziam dali um novo começo. Um novo sentimento. A chuva selou o que aconteceu de mais bonito e especial pra mim e acho que pra ele também.
Tivemos muitas coisas boas; nos divertimos, nos compartilhamos, choramos, viajamos, sonhamos, e além de tudo: nos amamos. Eu fui feliz com você sim, se um dia duvidar disso.

2 comentários:

o você acha disso, hm?