segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Minha tentativa

Um só corpo se fez naquele abraço. Num momento afetivo, trocamos duas declarações. Ele se declara, eu retribuo. É sempre assim. Ofereço para ele o sentimento que recebo. Na mesma proporção. Sem exagero nem capricho. Mais um dia. Ele chega e me conforta. Sentamos, conversamos, rimos... Em meio há tantos beijinhos, carinhos, sorrisos constrangidos e olho no olho, ele fica sério, ameaça falar, mas não diz nada. Fico quieta e observo suas expressões faciais. Seu jeito assim sem jeito me deixa encantada. Eu gosto desse sorriso meio bobo, meio tímido, meio gracioso e sem graça. Gosto do jeito com que ele me faz ficar presa, prestando atenção a seus movimentos, do jeito manso com que fala que sentiu saudades, do jeito inesperado que ele muda de assunto... De repente, sua boca treme algumas palavras e começamos a falar sobre o amor. Fico fria e seca. Sou um tanto volúvel para expor sentimentos. Ah, estamos apenas FALANDO do amor, não é? Então ta. Em duas frases falo tudo o que penso a respeito, assim rápido e relâmpago. Muito ao contrário de mim, ele fala, fala, fala... O amor pra cá, pra lá, pra aqui. Fala, fala e prossegue como se não restasse mais nada a fazer a não ser falar sobre amor. Seu modo, suas ideias, suas palavras, sua inteligência é tudo tão infinitamente superior a mim, que até fico com vergonha de ter razão perto dele. Agora calados, vou falar. Não consigo dizer nada. Tento falar outra vez e gaguejo. Ele pergunta “o quê?”. Balanço com a cabeça fazendo não. Não foi nada, não é nada. Queria dizer o que sinto, mas a maneira dele pensar, me deixou engasgada. Queria ter dito em alto e bom som que EU O AMO, mas a minha voz saiu des-pe-da-ça-da.

Por I.A.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Diálogo

(Silêncio)

__ Você tem um cigarro?
__ Estou tentando parar de fumar.
__ Eu também. Mas queria uma coisa nas mãos agora.
__ Você tem uma coisa nas mãos agora.
__ Eu?
__ Eu.


sábado, 7 de agosto de 2010

Mães sem ensaio

Sabe, eu nunca me imaginei exatamente em situações complicadas. As pessoas veem e falam das situações, como, por exemplo, de pessoas queridas em que faleceram; como tios, primos, uma grande frequência de avós (eram tão fofos!), amigos, namorados e infelizmente, pais. Enfim, isso acontece sempre com outras pessoas. Eu nem sei bem o que é perder realmente alguém. Só namorado, sendo o motivo de um término. É.
Imagino que seja muito difícil, mas creio que não sinto tanto esse "beliscão de realidade", pois isso não aconteceu com uma pessoa que vive próxima à mim e o que resta na hora para dizer é: "sinto muito."
Portanto, se não acontece comigo, fica tudo bem daqui a uma semana. Acho que isso não é uma mentira. Em suma, fico mal e elas arrasadas.
Descobrir que está grávida é também um acontecido bem inesperado, não? Bem, creio que engravidar não é motivo para descontrole, mas é motivo de felicidade. Ao contrário de outros, totalmente despreparados, é motivo de quase um desespero mesmo. Ou não, dependendo.Assuntos sobre adolescentes gestantes, em que ainda nem tiveram aniversários de 15 anos ou nem terminaram seu ensino médio, é considerado algo que está acontecendo muito, mas destacando, sendo uma coisa que não pudesse ocorrer com pessoas tão jovens e tão próximas, acreditava eu, porém, me enganei. Nós não estamos prevenidos de nada e digo, "não prevenidos", literalmente. Então, como deve ser mãe, muitas vezes, imatura?
O sexo já deixou de ser um tabu faz tempo, pois as conversas censuradas entre família e até mesmo com o próprio marido fazia esse assunto um grande mostro de "7 cabeças sem órgãos sexuais" (?!). Essa época devia ser tenso mesmo. Tinha até um sério problema em explicar para suas filhas como usar um simples absorvente ):
Falar sobre sexo proporciona grandes perguntas em que pode-se ser respondidas sem nenhuma vergonha. Sexólogas são a parte mais engraçada disso. "Como conseguem, meu Deus?" Mas respondem.
Acho que não falta nenhum tipo de comunicação de como acontece e de como se previne. Somos jovens não completamente maduros. Nós somos a impulsividade, mas podemos ter "cabeça".
Barriga cresce, corpo muda, adolescência vai sem demorar muito e logo já está cuidando de um bebê. Imagina só! Eu não consigo me imaginar exatamente. A ficha não cai, e agarra ainda mais essa ficha, quando acontece com alguém que nunca imaginaria.
E com minha sinceridade, espero que essas meninas tenham grandes momentos e descobertas, pois nada mais é do que um enorme aprendizado e um "beliscão de realidade".
É preciso prevenção e consciência. Espero não esquecer disso também.
"Antes de ser mãe, eu não conhecia a sensação de ter meu coração fora do meu próprio corpo. Não conhecia a felicidade de alimentar um bebê faminto. Não conhecia esse laço que existia entre a mãe e sua criança. E não imaginava que algo tão pequeninino, pudesse fazer-me sentir tão importante."

domingo, 18 de julho de 2010

Aquelas bolas de sabão e esse blog

Bom, o "Aquelas e essas coisas" fez um ano no mês de junho e várias coisas passaram por aqui em relação a cada estado meu, críticas, dia-a-dia e até mesmo textos românticos de gaveta. Se me perguntasse de que REALMENTE se trata o blog, eu não te daria uma resposta sintetizada, pois é um blog de pensamentos em que se baseia em coisas avulsas. É.
Já fiz críticas e ironias, foram poucas, mas já fiz. Mas o que REALMENTE tem marcado o "Aquelas e essas coisas" são os tais textos de amor. Isso tem proporcionado grandes burburinhos em questão à autora, no caso, eu mesma.
Sempre gostei de escrever, principalmente, coisas que acontecem comigo, coisas que acontecem durante a vida de uma adolescente em que a mãe teima em dizer: "Você ainda não sabe de nada." É, eu não sei de nada mesmo, mas sei o que eu já vi, vivi e senti. Logo, vira aquelas coisas. Mas, porém, continuo vendo absurdos, vendo que RESTART dá no saco, que sou boa na área de publicidade, mas quero fazer arquitetura (dúvida inevitável) e que minha vida anda mudando. Essas coisas.
Algumas pessoas já me perguntaram por quê o blog tem como tema bolas de sabão. Bem, já gastei um cado de detergentes para misturar com 250ml de água todo o santo dia quando eu era pirralha, pois achava um máximo fazer as bolinhas e correr para estourá-las antes mesmo delas caírem no chão. Depois os dedos ficavam enrugados. Era legalmédico pediu para não contrariar E com aquelas e essas coisas e as tais bolas de sabão da minha infância, virou bagunça, ou melhor, virou BLOG.


sexta-feira, 25 de junho de 2010

Em composições

É incrível como os ouvidos são capazes de captar versos de músicas que, por uma composição "pré-proposital", torna-me uma admiradora quase compulsiva. Excluí-las de listas de reprodução não houve muitos resultados, pois infelizes rádinhos fazem-me ouvir as músicas pelas quais quero me livrar, me ver longe e não me ver nelas. Mas por puro fracasso e querer calar o barulho que há durante uma tarde movimentada, vejo-me com fones já grudados nos ouvidos e os refrões em mente. E "Longe de você", de Charlie Brown Jr., por um acaso, me faz ficar ainda mais perto de você. Droga, você adorava essa música.
Não sei o por quê de tanta questão em me lembrar de você e torna-lhe assunto de minhas poesias de gaveta. É incontrolável. Você virou motivos de todo Dejá vu em que pego-me atormentada. Também faz-me a mais profunda e sincera autora de redações escolares que, até agora, não foi nenhuma reprovada em que na verdade, estariam mais para cartas
do que para redações. Que pena não poder ler e ver as notas de nossas histórias. Estaria orgulhoso - eu ri.

Charlie Brown Jr. canta "Longe de você", mas fico cada vez mais perto. Te imagino aqui, do meu lado, "quando te vejo, eu começo a sorrir".
Contudo, o tempo passa e já se passou. Raramente acontece de me esquecer que já fomos um casal. Já não somos mas motivos de comentários. Um tipo de amnésia se instalou entre as pessoas em redor, pois como falei, o tempo passa e já se passou muito. Como tudo que é vivido intensamente, ainda é possível ter breves recordações. Eu ainda posso me lembrar das cores que consistia nos seus olhos durante as mudanças de tempo. Eu me lembro.
É possível nos encontrarmos? "Me encontra", Charlie Brown Jr. canta. Eu canto "Fico pensando onde está você, e se você estaria pensando em me encontrar". Mas tudo isso, por fim, é música. São por elas que chego à você. Não posso ficar sempre com os fones no ouvido, preciso me despedir e dar um tempo. É versos nostálgicos demais para mim. É platônico.

"Sua voz foi a trilha sonora do meu verão.
você sabe que você é diferente das outras?
Você sempre será meu trovão, e eu digo:
Seus olhos são os mais brilhantes de todas as cores.
Eu não quero amar mais ninguém,
você sempre será meu trovão.
Então traga a chuva
e traga o trovão."

Thunder - Boys like girls

P.s. Seus dedos ainda passarão pelos meus cabelos?

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Apenas carrego

Me vejo, na maioria do meu tempo, no automático. Um tipo de mecânica que exerce movimentos repetidos e pensamentos não tão criativos. Isso acaba me cansando, tomando de mim alguns motivos pelo qual faziam-me sentir bem. Posso me ver em um mundo preto no branco ou vice e versa, em que agora, eu nem mais consigo definir o que antes era tão fácil.
Bagunças no quarto, uma boa música no som alto e alguns momentos de lucidez. Conseguia sentir aos poucos o frescor de um mundo que eu sentia saudades, o meu. Arrumando um pouco das lições espalhadas e dos livros que ainda teria de ler, fui me reorganizando. Isso se tornou algo imprescindível.
O dia-a-dia já foi mais essencial, confesso. Meus sorrisos já foram mais largos e meus olhos mais puxados quando sorria para sonhos, que sem dúvida nenhuma, deixaram saudades. Saudades costuma ser derivada de passado, algo que conseguiu deixar marcado uma breve reticências. E que reticências bem pontuadas! Por fim, eu não consegui saber a tal complementação dessa história, de tal título ficou na memória de uma menina, que agora, caminha em direção ao lugar de uma mulher. Mas, por enquanto, me vejo num mundo preto no branco ou vice e versa, onde carrego no bolso um bom e saudoso sentimento. Ou, pode-se dizer, que são as teimosas reticências que pertubam as lembranças.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Ainda, ou talvez você.



Todos os dias pela manhã, eu entrava no mercado e dizia: "Bom dia, eu quero um Trident de Hortelã", e então, passava o resto do dia sentindo o gosto daquele beijo. Mas no fundo, sabia que precisava continuar vivendo. Eu sabia que não dava pra esquecer, afinal, certas coisas nunca mudam. Mas eu precisava superar. Precisava não pensar na MESMA coisa todos os dias. Trocar a fita. Sair da rotina. Então, numa certa manhã, entrei no mercado, respirei fundo e disse: "Bom dia, eu quero um Trident de Hortelã".E quer saber? Não foi tão difícil assim."
Por V.M.Q.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Longe de casa a mais de uma semana - parte1 (DETALHES)

FÉRIAS - definições; só comer e dormir.
Sujeito(?); eu, você, aposentado pensionista.

OPA! Não podia deixar de registrar as minhas férias por aqui. As férias foram um pouco mais além do que eu esperava. Dessa vez não passei o Reveillon em um lugar onde todo mundo acertava na primeira tentativa. Isso era muito frustante! Pude sorrir por você errar as três famosas tentativas e te responder: "... pra Manaus, ow! Sabe onde, né?"
Confesso que estranhei alguns pedidos de presentes, como berrantes(?) e pedras. Algumas pessoas vinham me pedir para tirar fotos das ruas de Manaus, botos cor-de rosa, índios pelados atravessando a faixa de pedestres... e o mais engraçado é que foram pedidos sinceros. E aí que a gente se pega em uma grande falta de informações sobre o Norte. Na cabeça de muita gente, e a minha na época, vinham imagens de florestas, bichos e índios. E não! Eu não vi nenhum índio pagé peladão, rs. Lá é tudo bem evoluído, urbanizado e muito grande. Muitas vezes me peguei comparando o centro de Manaus com São Paulo e Rio de Janeiro. Acho que não mencionei que minha família é toda de lá e que minha mãe já teria 20 e bem longos anos sem ver tios, irmãos, sobrinhos e primos. É barra. Eu fiquei bem contente em relação a esse reencontro. Tá aí uma "palinha" da família, mas nem é a metade ainda.
No 5º dia de viagem, fomos passear e sentir o calor rachante da cidade. E assim partindo para o tão famoso TEATRO AMAZÔNAS. Tá, confesso que nunca foi um lugar famoso pra mim. Nem conhecia. Mas ele é bem reconhecido pelo país, e o curioso é que nem a metade da população manauara sabe como é. COMOFAS?
E dentro do teatro havia muitas esculturas, um chirinho de mofo várias pinturas e coisas bem curiosas, como uma pintura no teto do salão de dança. A pintura era bem modernista, tendo como espanto uma ilusão de ótica, onde uma mulher de braços estendidos te acompanhava, com os olhos (não, não era a Samara), em todos os ângulos do salão. Medonho, juro!
Como todos sabem, a Amazônia foi a pioneira na extração da borracha, a seringueira. Espero que seu professor de História tenha te explicado esse mísero detalhe, rs. Mas enfim, um conhecido tinha comentado que o chão da cidade, uma parte, era coberta por uma camada de barracha! Isso é maluquice, mas é verdade! Na época, para não haver barulho nas apresentações, eles tiveram a ideia de colocar uma fina camada de borracha sobre o concreto para que os galopes dos cavalos não encomodacem. Vejam, é a parte mais escura: Essa foi uma longa e grande viagem pra mim! E as outras memórias desse "tour" vão ficar para a próxima postagem. Espero que me perdoem mesmo pela ausência, mas estou de volta para contar aquelas e essas coisas por aqui. Ah! Quero aproveitar o momento para agradecer todas as participações em cada texto postado. São vocês que fazem a diferença pra mim e para o blog. Ficam aqui os meus créditos para cada um. Obrigada mesmo! Sem mais doce, rs.